Presidente de fato de Honduras determinou a flexibilização do acesso de funcionários à embaixada brasileira.
Deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Maurício Rands (PT-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE) e Claudio Cajado (DEM-BA). Foto: Luiz Alves
Tegucigalpa - O presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, determinou na noite de quinta-feira a normalidade no acesso telefônico e a flexibilização na entrada e saída dos funcionários da embaixada brasileira em Tegucigalpa. A decisão foi anunciada durante reunião entre Micheletti e parte da comitiva de parlamentares brasileiros que analisaram a situação política em Honduras. Ambos os problemas foram relatados, durante o encontro, pelos deputados ao presidente.
Em relação a entrada e saída dos funcionários na embaixada, Micheletti impôs a condição de que eles não aproveitem a permissão para fazer "comentários políticos" na imprensa.
O encontro com o presidente de fato não estava na agenda da comitiva brasileira. A iniciativa partiu de Micheletti, depois de os parlamentares terem passado mais de três horas na embaixada, parte do tempo reunido com o presidente deposto do país, Manuel Zelaya. Dois deputados da comitiva - Ivan Valente (Psol-SP) e Janete Rocha Pietá (PT-SP) -, no entanto, se recusaram a participar do encontro, já que o Brasil não reconhece Micheletti como presidente.
Assim, compareceram ao encontro, que durou mais de duas horas, os deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Maurício Rands (PT-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE) e Claudio Cajado (DEM-BA). "A melhoria no funcionamento da embaixada foi o fecho de ouro de nossa comissão, porque viemos exclusivamente para garantir a integridade da embaixada e a segurança da população brasileira que mora em Honduras", considerou Rands. A comitiva retorna nesta sexta-feira a Brasília, onde chega à noite.
Um terceiro pedido dos parlamentares, no entanto, foi negado. A vice-chanceler do governo de fato, Martha Lorena Alvarado, negou ações para facilitar a emissão de vistos para os brasileiros, sob o argumento da reciprocidade diplomática. "O governo brasileiro fechou nossa embaixada em Brasília, porque não reconhece a legitimidade do governo de Honduras. Portanto, se os hondurenhos estão sofrendo para conseguir visto, o mesmo deve ocorrer com os brasileiros", declarou.
Questionado pelos parlamentares sobre a possibilidade de uma solução negociada para a crise política em Honduras, Micheletti se declarou contrário a qualquer iniciativa que permita a volta de Zelaya ao poder. "O que seria mais fácil era ele [Zelaya] renunciar a seu pleito, eu renuncio ao mandato e convocamos novas eleições", disse. "Não podemos trazer para o campo político um problema que é legal", acrescentou. Depois que Zelaya foi deposto, a Suprema Corte de Honduras marcou novas eleições para o dia 29 de novembro.
Fonte: Agência Câmara
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